Desde o Projeto ODÔ-YÁ, em 1991, o Rio de Janeiro vem elaborando ações de prevenção voltadas para os terreiros com uma linguagem que respeita a visão de mundo das religiões de matrizes africanas. O trabalho resultou em um documentário ODÔ-Yá! Vida com Aids que recebeu vários prêmios internacionais.

Em 2003, foi criada a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, fruto do desdobramento da proposta do ODÔ-Yá que permitiu a capilarização das ações em saúde nos terreiros por quase todo o país.

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e  Saúde vem desenvolvendo diversas ações de prevenção e apoio as pessoas vivendo com HIV- Aids, tendo como ponto de partida a visão de mundo dos terreiros, onde os cuidados com o corpo, a escuta, o acolhimento e a solidariedade são fatores fundamentais para restabelecer o equilíbrio ou fortalecer o axé das pessoas.

No Rio de Janeiro, foram realizadas, durante os anos de 2005 a 2007, várias oficinas nos terreiros, e vários temas relacionados a epidemia de HIV-Aids foram discutidos nos diversos encontros e seminários nacionais da Rede, possibilitando as trocas de experiências entre os diversos núcleos da Rede e resultando em materiais educativos sobre o tema.

Entre essas experiências podemos destacar o I Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e a Epidemia de HIV-AIDS , realizado em 25 e 26 de setembro de 2007, em Belém, com o apoio do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Pará.

 

Outra ação importante foi o Treinamento para Atualização em DST-HIV-Aids e Controle Social realizado em 08 estados, entre esses o Rio de Janeiro, em 2008, com o apoio do Fundo de População das Nações Unidas.

 

No início de 2011 foi realizado o I Encontro Estadual Mulheres de Axé do Rio de Janeiro com  a partcipação de 80 mulheres do Estado e 10 lideranças de terreiros de outras regiões do país, totalizando 90 mulheres no evento. O encontro teve como objetivos: discutir o impacto da epidemia de HIV-Aids entre as mulheres de terreiros, as respostas da tradição religiosa afro-brasileira frente à epidemia e fortalecer a participação e o protagonismo das mulheres de terreiro nos espaços de controle social de politicas públicas. Contou com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro – Gerência de DST-Aids, Sangue e Hemoderivados.

A parceria com o Ministério da Saúde possibilitou a elaboração de um material educativo produzido pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e o Departamento de Aids e Hepatites Virais do Minisetrio da Saúde(2007) e atualmente estamos em fase de elaboração do Vídeo Aids e Religiões Afro-Brasileiras, em parceria com o  Departamento de Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde(2011).

Com o Projeto Caravana do Axé pretendemos ampliar as possibilidades de ação reletindo sobre os impactos da epidemia de HIV-Aids na população de terreiros e também fortalecendo aspectos relacionados a prevenção, tratamentos, direitos a saúde e controle social de politicas públicas em HIV-Aids.